sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Janeiro Injustiçado

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O final do ano passou e janeiro chegou. Janeiro é aquele mês em que gastamos muito mais dinheiro, pois ficamos atolados em dezenas de contas, correto? As nossas despesas aumentam monstruosamente, pois pagamos IPVA, IPTU, material escolar dos filhos, anuidades de conselhos de profissão, etc. Mas na verdade, essa situação não precisa necessariamente acontecer.


Realmente em janeiro recebemos diversas contas que devem ser pagas e, se não houver planejamento, podemos ficar completamente sem dinheiro, assumindo dívidas, utilizando o cheque especial e entrando no vermelho. Mas será que realmente o mês de janeiro é o culpado? Isto é, será que as contas de janeiro são despesas do mês de janeiro?

Na contabilidade, temos um princípio fundamental, chamado Princício da Competência. Uma das implicações desse princípio é que devemos assumir e reconhecer as despesas no momento em que elas ocorrem, mesmo que ainda não tenham sido efetivamente pagas. Aplicando a contabilidade ao nosso cotidiano, veremos que: se pagarmos um jantar hoje, com cartão de crédito, a despesa deve ser de hoje, e não do mês seguinte, quando a fatura do cartão chegará e efetivamente tiraremos o dinheiro “do bolso” para pagá-la.

Nesse sentido, vale fazer as seguintes reflexões: Moramos em nossas casas apenas no mês de janeiro ou em todos os meses do ano? Utilizamos nossos carros apenas em janeiro ou também nos outros meses? Exercemos a profissão de advogado/médico/engenheiro/contador/etc. apenas em janeiro? Vale também lembrar que janeiro é o único mês do ano em que nossos filhos não estudam, embora todo o material seja comprado nele...

A conclusão é bastante óbvia, não? O que acontece é que em janeiro pagamos contas que representam despesas do ano inteiro, e não só de janeiro. O mês de janeiro não deve ser injustiçado e responsabilizado por isso, pois as despesas não pertencem a ele. Por esse motivo, devemos planejar e distribuir tais despesas ao longo do ano, para que não ocorra a sobrecarga financeira no início do ano.

Aproveite este mês de janeiro para separar e anotar todas as contas “extras”. Some o IPTU, IPVA, contribuição do conselho e faça a divisão do valor total por 12. O resultado é o valor aproximado que deve ser guardado a cada mês para que o janeiro de 2011 não seja o mesmo sufoco. Mas atenção! Não deixe o dinheiro parado na conta corrente, pois além de não render, certamente acabará sendo gasto sem nem mesmo notarmos. Deposite as quantias rigorosamente após o recebimento do salário mensal em uma nova poupança, um novo fundo de renda fixa, CDB ou investimento similar de seu banco. Assim, o dinheiro ficará reservado, e até mesmo renderá alguns trocados para aliviar ainda mais o início do ano seguinte.

Um comentário:

  1. Bom texto cara, realmente vc tem razão.
    Vou continuar acompanhando os textos, p/ melhorar minha finanças.
    vc tem uma planilha para controlar seus gastos? Esse seria um bom assunto p/ seu novo texto.

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